terça-feira, 13 de novembro de 2012

Olhar que não arranca pedaço.

E foi de olhar que passou a observá-lo.
E foi de observar, 
que passou a farejá-lo.

E foi pelo cheiro que descobriu que ele tinha um par,
que não era de vaso.
Descobriu que o par dele, era exatamente como ele precisava,
não pelo porte, 
ou pelo pelo, 
mas pelo olhar.
Descobriu que ele era mais frágil, 
não pelo tamanho e
que precisava dela pra todo passear.

Foi um dia desses, na calçada, 
que conheceu a mãe dele,
que também era mais forte que ele.
Se alguém puder explicar este passeio,
quem sabe colocando o tal do Freud no meio?
Mas será que o Freud entende de cão?
Porque ela, a de tanto farejar
que desistiu até de olhar
por descobrir o par,
é vira-lata, 
o par dele, uma cocker, 
e ele, inexplicavelmente,
um baita de um pastor alemão!

Maira Garcia

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