Uma carta colocada embaixo da porta, voou na primeira oportunidade
pela cidade. Deu algumas voltas, caiu no rio, secou na barragem.
Quando uma senhora
apanhou e abriu o envelope, que já estava seco, concluiu em pensamento:
- A carta já
chorou bastante. Não é que ficou um borrado interessante?
Vou guardar comigo, a dor de alguém que já passou.
E olhando pro céu,
percebendo a chuva que ia cair, terminou o pensamento.
- Vou ir
embora antes da chuva, não quero perder este papel pra nenhuma enxurrada. Vou
enquadrar, amanhã cedo, levo no vidraceiro. Quero lembrar desse dia para sempre,
quando olhar pra minha parede!
Maira Garcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário