terça-feira, 9 de abril de 2013

O muso e a musa.

Um muso encontrou uma musa, e a musa encontrou o muso, não se sabe a ordem, o tempo, ou vice-versa, versa ou vice, que naquela altura do caminho, já transpiravam cansados de inspirar e não serem inspirados sozinhos, agora queriam passar para o outro lado. Foi aí que o cupido pregou uma peça nos dois narcisos, arrancando seus espelhos. Um de frente para o outro, pele olhos e pelos. A musa mais acostumada ao termo, lhe reverencia como se ela fosse o cavalheiro:
-Se te inspiro, faz uma arte comigo? Ela entoa. Ele pousa as mãos nas mãos da musa, dizendo sim, e saem juntos do vitral. Respiram um poema bem fundo, da poesia ouvida na barriga da musa, tempos depois, fazem uma filha, com a forma, a forma e a partitura, que cada um quiser 
imaginar.

Maira Garcia
 

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