terça-feira, 15 de abril de 2014

Dia chuvoso, noite chuvosa.
Quem bate a sua porta não tem muito,
mas vem pedir para outro que mora aí perto,
mas eles que pedem moram longe.

Eles tem bolsas, mas no meio de mês,
sabem que os outros já esvaziaram,
não deram, nem com a pensão.
E eles os pedintes e suas pernas,
tem dinheirinho que sobrou para o ônibus.

O filho autista vem com ela,
seguem na chuva até que os olhos sequem.

Pode ser que a senhora idosa que recebe pensão,
que no meio do mês
não tem mais dispensa,
lugar que eles vão com os mantimentos nos braços,
e ninguém pensa,
eles, os pedintes dos outros, que tem menos que eles,
não sabem,
mas pode ser que ela, a senhora idosa sem dispensa,
nesta noite chuvosa não os receba.

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