As peles se estendem,
as peles se entendem.
As palavras deixam de ser pele,
ajeitam os cabelos nas serifas,
encaixam os corpos,
ocupam as prensas,
e derretidas,
as peles das palavras se esquecem que tem vida,
e deixam que as gravem,
que lhes anotem as medidas
e as relem,
e imprimam,
mas que as carreguem
pelos braços,
num último sopro de vida,
num abraço,
nem que seja,
o jornal velho da barraca,
que embrulha
as rosas,
o peixe,
e a água ardente,
e as palavras de destino
sem remetente.
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