sexta-feira, 8 de maio de 2015

Luzia
Ela atendeu o último cliente. A luz amarela imita o Sol que faltou naquele quarto, o olho borrado vai manchar o lençol. Quando for uma hora, a mãe dela vai ligar para falar como anda a menina, o que aprontou na escola, o que descobriu sem ter ela por perto. O quarto deserto, recolhe as sombras do dia. Perto das duas horas, depois do choro e da melancolia, toma um banho, esfrega o azeite no olho, aproveita pra tirar a maquiagem. Toma um leite morno, veste o short de malha e a blusa de gorro, apaga o Sol, e se esconde debaixo da manta bordada da avó. Pede pra sonhar com a filha, e que Deus a proteja por mais um dia.
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