terça-feira, 14 de julho de 2015

A janela vibra, arisca, provocada pelo vento que carrega palavras faladas em línguas famintas, indecifráveis, 
que encostam a respiração contra a parede do tempo, e suspensas orquestram em portas que abrem e fecham, folhas e galhos que voam. É a voz grave que entoa, é a aguda que excita. Cervantes vivia numa cidade ventania e conseguiu ouvir a maior de todas. E voam as folhas dos livros indecisos a buscar alguém que os escreva. Dormir antes do vento, antes que a história aconteça.

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