domingo, 25 de setembro de 2016

A luz está meia-luz. Tons de vermelho nos cantos, mesas quadradas nas laterais, no centro uma meia-lua baixa rimando com um palco. É sexta-feira, você entra com dez reais e canta, nem precisa beber nada. Ela entrega um papelzinho, quer cantar O amor da Gal. Eis que lhe chamam e ela canta. A música é comprida com refrão de impacto, hora que ela puxa a respiração e se controla pra não gritar. Enquanto ela canta, um homem e sua cerveja, escreve freneticamente em guardanapos, quando ela termina ele entrega um poema do Maiakoviski. Ela lê e pergunta:
- Pra mim?
- Eu escrevi pra você, é desse homem escrito no último guardanapo, mas foi você quem cantou. Foi bonito. Ganhei a noite, eu não venho aqui pra cantar. Venho matar o tempo. Hoje eu vivi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário