Dormir feliz
mesmo sem.
Feliz ao menos
quando
se veem.
maira garcia
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
domingo, 30 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Chulear
O ponto de costura sempre
aguarda pelo fio
para deixar de ser
reticência
que perfura.
Maira Garcia
aguarda pelo fio
para deixar de ser
reticência
que perfura.
Maira Garcia
O índio e a Iara
O indiozinho faz manha toda manhã,
dormindo na beira de algum lugar,
fingindo sentir frio,
mas Iara está ao seu lado,
protegendo,
correndo,
ocupando o outro lado do rio.
Maira Garcia
dormindo na beira de algum lugar,
fingindo sentir frio,
mas Iara está ao seu lado,
protegendo,
correndo,
ocupando o outro lado do rio.
Maira Garcia
Em reticências...
Quis se perder
no ponto final das palavras.
Das palavras que foram enviadas
Enviadas para se encontrar
de se perder.
Nesse vai
e nesse vem.
Num canto escondido,
nas dobras,
nos sustos,
nos gemidos
sustenidos
de outro
alguém.
...
Maira Garcia
no ponto final das palavras.
Das palavras que foram enviadas
Enviadas para se encontrar
de se perder.
Nesse vai
e nesse vem.
Num canto escondido,
nas dobras,
nos sustos,
nos gemidos
sustenidos
de outro
alguém.
...
Maira Garcia
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
E o casal, será que rima?
Será que o casal combina?
Ou está fora de si?
Enquanto um acredita que fazem amor,
o outro fala, enquadra
e rima
como se estivesse
numa rinha
de MC.
Maira Garcia
Ou está fora de si?
Enquanto um acredita que fazem amor,
o outro fala, enquadra
e rima
como se estivesse
numa rinha
de MC.
Maira Garcia
terça-feira, 25 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
Originariamente em preto e branco
Um homem branco,
trajando calça jeans e tênis de marca.
Trazia estampado no peito um anjo negro
que voava.
Bastava a camiseta
mover os braços.
Um homem negro,
trajando calça jeans e tênis de marca.
Trazia estampado no peito um anjo branco
que voava
Bastava a camiseta
mover os braços.
Maira Garcia
trajando calça jeans e tênis de marca.
Trazia estampado no peito um anjo negro
que voava.
Bastava a camiseta
mover os braços.
Um homem negro,
trajando calça jeans e tênis de marca.
Trazia estampado no peito um anjo branco
que voava
Bastava a camiseta
mover os braços.
Maira Garcia
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
De amante
Mui cara,
para o bem
de quem
se quer bem
Joia rara,
quebrantada,
essa tal
de lucidez.
Maira Garcia
para o bem
de quem
se quer bem
Joia rara,
quebrantada,
essa tal
de lucidez.
Maira Garcia
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Relógio de cordar
Relógio de corda
precisa corda dar
Mas com o pulso,
e a mão
fingindo de cair
faz que a hora também volte,
e faça a volta,
e o favor
de funcionar;
Maira Garcia
precisa corda dar
Mas com o pulso,
e a mão
fingindo de cair
faz que a hora também volte,
e faça a volta,
e o favor
de funcionar;
Maira Garcia
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Poeta da perifa, da leste, sem rifa.
Ele todo
se quebra,
percorre,
é do centro,
da leste,
das perifas
e dos corres.
é um querer querido
de ler,
que se entende,
respeita
e não insiste,
quando seu ser,
escrito na pegada,
escrivinhado,
fica restrito,
entrando na mente
do infinito,
e na quebrada
desenhado no insisto,
deixa suas letras
e pentes
de rap
na gaveta,
esquece
a rima,
o repente,
e a beleza,
e
a ausência dela
que se confirma em certeza,
e simplesmente
some.
Maira Garcia
se quebra,
percorre,
é do centro,
da leste,
das perifas
e dos corres.
é um querer querido
de ler,
que se entende,
respeita
e não insiste,
quando seu ser,
escrito na pegada,
escrivinhado,
fica restrito,
entrando na mente
do infinito,
e na quebrada
desenhado no insisto,
deixa suas letras
e pentes
de rap
na gaveta,
esquece
a rima,
o repente,
e a beleza,
e
a ausência dela
que se confirma em certeza,
e simplesmente
some.
Maira Garcia
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Desen-canto
Desencanto a gente canta, encanto também,
Desencanto de sarar a gente canta
Senão dança, também.
Maira Garcia
Desencanto de sarar a gente canta
Senão dança, também.
Maira Garcia
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Sombrinha de São Jorge no Centro de tudo.
A sombrinha passava na calçada da Rua Boa Vista, perto do meio dia, e o rapaz das bolsas de valores que restaram no centro de São Paulo, ia a fumar em comboio com seus colegas. Quando isso se passava, era um não aguento daqueles!
E lá se via a sombrinha, que sumia até chegar no Pátio do Colégio, todo santo dia para almoçar. Um meio dia desses, de rachar sem proteção, quando ela passeava de Lua, ele resolveu estacionar em seu guarda-sol, para descobrirem seus rostos.
Se enroscaram, de pronto, ela fechou seu arsenal de pele, que de tão branca ofuscou os olhos do moreno. A noite do mundo ficou muito pequena, e feito ponta de lança de uma sombrinha que sempre vinha, voaram juntos até a Lua de São Jorge, na parte escura, aonde se pode namorar em segurança, em pleno Centro de um santo enorme chamado São Paulo.
Maira Garcia
E lá se via a sombrinha, que sumia até chegar no Pátio do Colégio, todo santo dia para almoçar. Um meio dia desses, de rachar sem proteção, quando ela passeava de Lua, ele resolveu estacionar em seu guarda-sol, para descobrirem seus rostos.
Se enroscaram, de pronto, ela fechou seu arsenal de pele, que de tão branca ofuscou os olhos do moreno. A noite do mundo ficou muito pequena, e feito ponta de lança de uma sombrinha que sempre vinha, voaram juntos até a Lua de São Jorge, na parte escura, aonde se pode namorar em segurança, em pleno Centro de um santo enorme chamado São Paulo.
Maira Garcia
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Ipê.
Com um IP,
alguém religiosamente nos vê,
não se sabe quem é,
esse ser,
se é de lá que vem,
se é um spy,
se é do mal ou do bem,
sem tem o mesmo fuso,
se é luso,
nesse espaço cyber-laico
que só de visitar em egrégora
com muita graça,
no mesmo horário,
acabou fazendo do seu texto,
imagem e prosa,
seu secreto relicário.
Maira Garcia
alguém religiosamente nos vê,
não se sabe quem é,
esse ser,
se é de lá que vem,
se é um spy,
se é do mal ou do bem,
sem tem o mesmo fuso,
se é luso,
nesse espaço cyber-laico
que só de visitar em egrégora
com muita graça,
no mesmo horário,
acabou fazendo do seu texto,
imagem e prosa,
seu secreto relicário.
Maira Garcia
Lei do desencontro
Dois pontos se encontram,
mas não formaram uma reta.
Um dos pontos explica que existe um outro ponto longe.
O outro ponto explica que tem um ponto que ainda não existe
em outro ponto perto.
Mas os dois pontos decidem se tocar mesmo assim.
Um queria mais, o outro queria menos.
Um tinha força demais,
o outro tinha força de menos.
E chega a velocidade do encontro.
Com a Força da massa aconteceu a
aceleração.
No meio da aceleração, um ponto
lembrou do outro ponto distante.
O outro ponto ao ouvir sobre aquele ponto,
em segundo plano, nem te conto.
Depois do encontro, o ponto que tinha mais força
continuou com mais força e velocidade para chegar
naquele outro ponto distante.
O ponto que tinha menos força, além de ficar
sem o tal ponto do encontro,
sem aceleração,
não conseguiu ver o ponto de fuga,
que se foi com a velocidade da luz.
Sem cálculo preciso, o ponto que ficou foi atingido
por um fenômeno comum,
que até hoje a Física de nenhum físico sabe explicar,
o que acontece com um dos pontos, depois que um espaço
não ocupa o mesmo lugar.
(Tudo tem um ponto de vão e de vista, nada é em vão)
mas não formaram uma reta.
Um dos pontos explica que existe um outro ponto longe.
O outro ponto explica que tem um ponto que ainda não existe
em outro ponto perto.
Mas os dois pontos decidem se tocar mesmo assim.
Um queria mais, o outro queria menos.
Um tinha força demais,
o outro tinha força de menos.
E chega a velocidade do encontro.
Com a Força da massa aconteceu a
aceleração.
No meio da aceleração, um ponto
lembrou do outro ponto distante.
O outro ponto ao ouvir sobre aquele ponto,
em segundo plano, nem te conto.
Depois do encontro, o ponto que tinha mais força
continuou com mais força e velocidade para chegar
naquele outro ponto distante.
O ponto que tinha menos força, além de ficar
sem o tal ponto do encontro,
sem aceleração,
não conseguiu ver o ponto de fuga,
que se foi com a velocidade da luz.
Sem cálculo preciso, o ponto que ficou foi atingido
por um fenômeno comum,
que até hoje a Física de nenhum físico sabe explicar,
o que acontece com um dos pontos, depois que um espaço
não ocupa o mesmo lugar.
(Tudo tem um ponto de vão e de vista, nada é em vão)
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Centelha
De que é feita a pureza deste grão?
E que pedaço do céu caiu
pra ter isso aqui no chão?
Maira Garcia
E que pedaço do céu caiu
pra ter isso aqui no chão?
Maira Garcia
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Quando se esbarraram.
Sem enxergar se esbarraram,
Por não se ver se deu a forma,
a forma que se encaixaram.
Maira Garcia
Por não se ver se deu a forma,
a forma que se encaixaram.
Maira Garcia
domingo, 9 de setembro de 2012
Voltou para Rita
Amanhã ele volta pra Rita,
sem divagação,
não divagará mais,
terá um ponto fixo.
Fim do desejo,
não desejará mais.
Levará no peito apenas
um crucifixo e seu beijo.
Sem sufixo,
perto de Alentejo,
finda solidão,
noites em claro,
não mais.
A Rita que é de todo bonita,
freia seu desassossego,
menos lágrimas,
menos ardência no peito.
Amanhã com sua volta,
o agora volta a ser
sem demora o agora,
e o agora
voltará a ser
seu cais.
Maira Garcia
sem divagação,
não divagará mais,
terá um ponto fixo.
Fim do desejo,
não desejará mais.
Levará no peito apenas
um crucifixo e seu beijo.
Sem sufixo,
perto de Alentejo,
finda solidão,
noites em claro,
não mais.
A Rita que é de todo bonita,
freia seu desassossego,
menos lágrimas,
menos ardência no peito.
Amanhã com sua volta,
o agora volta a ser
sem demora o agora,
e o agora
voltará a ser
seu cais.
Maira Garcia
sábado, 8 de setembro de 2012
De Cupuaçu até Tapioca.
Ela não sabia se pedia uma salada de fruta,
a divagação sensibilizou um rapaz no balcão:
-Leva esta de doce de tapioca com frutas!
Sugeriu e ela escuta.
Ela não queria doce, o seu de cupuaçu na hora do almoço ainda lhe fazia doçura,
mas aceitou a sugestão do moço e fizeram um puxadinho
da conversa na melhor vista, sem frescura.
O doce não era muito doce e a conversa distraiu qualquer vontade.
A conversa ganhou vão de escadas, passeio até a estação e não teve
beiju de doce, apenas disposição e o segurar de algumas malas
que a gente puxa na mão.
Ela não desceu no Brás, voltou para a Espanha
e ele no mesmo sentido foi voando para o Japão.
Maira Garcia
a divagação sensibilizou um rapaz no balcão:
-Leva esta de doce de tapioca com frutas!
Sugeriu e ela escuta.
Ela não queria doce, o seu de cupuaçu na hora do almoço ainda lhe fazia doçura,
mas aceitou a sugestão do moço e fizeram um puxadinho
da conversa na melhor vista, sem frescura.
O doce não era muito doce e a conversa distraiu qualquer vontade.
A conversa ganhou vão de escadas, passeio até a estação e não teve
beiju de doce, apenas disposição e o segurar de algumas malas
que a gente puxa na mão.
Ela não desceu no Brás, voltou para a Espanha
e ele no mesmo sentido foi voando para o Japão.
Maira Garcia
Drive in
Um luminoso lá fora,
teimava invadir suas cortinas ciliares
de um escuro sem demaquilante.
Mas no fim do mundo,
naquela hora,
era um travesseiro quem sussurrava
palavras de um dia diamante:
- Não se apaga de nenhum jeito,
essa luz cheia de efeito
que eu vejo
aqui dentro
de você.
Maira Garcia
teimava invadir suas cortinas ciliares
de um escuro sem demaquilante.
Mas no fim do mundo,
naquela hora,
era um travesseiro quem sussurrava
palavras de um dia diamante:
- Não se apaga de nenhum jeito,
essa luz cheia de efeito
que eu vejo
aqui dentro
de você.
Maira Garcia
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Disse que não, mas veio.
Veio,
me leu,
me levou.
Veio ver, veio ler, veio me.
Não posso falar de que meio.
Não fala, não ouço sua voz,
e veio.
Meu quase nada, meu quase tudo,
minhas vogais e consoantes
interjei-tadas.
Veio pra nunca mais voltar,
de madrugada,
em sonhos,
no rosto que eu não vejo.
Meu esteio.
São impressões,
sem digitais,
sem sussurros,
sem canções
declaradas,
sem ais,
sem sal,
sem mel,
saliva,
noitada.
Mas,
veio.
Maira Garcia
me leu,
me levou.
Veio ver, veio ler, veio me.
Não posso falar de que meio.
Não fala, não ouço sua voz,
e veio.
Meu quase nada, meu quase tudo,
minhas vogais e consoantes
interjei-tadas.
Veio pra nunca mais voltar,
de madrugada,
em sonhos,
no rosto que eu não vejo.
Meu esteio.
São impressões,
sem digitais,
sem sussurros,
sem canções
declaradas,
sem ais,
sem sal,
sem mel,
saliva,
noitada.
Mas,
veio.
Maira Garcia
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Cheio de graça
Um doce perdeu a graça na mesa,
diante de outro doce cheio de graça
de sobremesa.
Maira Garcia
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Quantas enquantos.
Quantas folhas caem em árvores de alvoroço?
Quantas rugas surgem até sorvermos folhas?
Quantos mármores descobertos para servirem lascas?
Quantas pessoas partem para nos ver chegando?
Quantos músculos choram para servirem sorrindo?
Quantos enquantas?
Em quantas porções de esperanto?
Maira Garcia
Quantas rugas surgem até sorvermos folhas?
Quantos mármores descobertos para servirem lascas?
Quantas pessoas partem para nos ver chegando?
Quantos músculos choram para servirem sorrindo?
Quantos enquantas?
Em quantas porções de esperanto?
Maira Garcia
domingo, 2 de setembro de 2012
Quê doçaria!
O moço chegou feliz e folheado,
Sai do banho, Maria!
Não fica aí fazendo doce, menina!
Chegou seu namorado!
Maira Garcia
Sai do banho, Maria!
Não fica aí fazendo doce, menina!
Chegou seu namorado!
Maira Garcia
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