quinta-feira, 30 de setembro de 2021

 

sinto sua falta
no pouco
no nada
quase invento palavra.

a erva-doce

que adoça a água quente,
que perfuma a minha frente,
que pode ser um bouquet.
a erva-doce também é remédio
na xícara me tira do tédio
me aquecendo
e esquecendo de você.

30 de setembro de 2019

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

terça-feira, 28 de setembro de 2021

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Acreditar em Deus
não é colocar desejos
para que ele trate de arrumar,
Deus não está a serviço de ninguém,
nem é banco, o deixemos fora disso.
Deus nos deu, pra quem acredita,
a vida e tudo que nos cerca, do natural
ao artificial porque toda química
do que se é feito é com ele.
Deus tem esse nome pequeno
porque é mais fácil para os cristãos
guardarem na memória,
mas tem outros nomes em outras religiões
com vários tamanhos para guardar.
Os ateus nem sabem, mas gostam de Deus,
a comunicação ali é mais prática,
não se enganem com a descrença.
Mas acreditar ajuda a atravessar a tempestade,
um campo em guerra, uma noite de fome, doença,
falência, morte e traição.
No leito de morte se reconhece Deus muito rápido,
no entanto a confusão começa porque não é homem nem mulher,
é Deus, e isto basta.
Por outro lado sabe quem somos de fato:
e isto é de uma paz do tamanho
que não dimensionamos.
Os olhos não veem
o bem mais precioso do universo.
O silêncio nos conta.

Se o bolo não for bom

nem existe
o melhor pedaço.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021


A procura pela boca que some,
a dúvida que fica
é se acorda ou se dorme.
Nos sonhos os beijos falam
que Freud complica
e Jung facilita

os beijos que não acontecem na pandemia..

 

Antes do ipê chegar
tem azul,
branco e cinza
nos galhos.

 

Tinha um rapaz
recitando
agora a pouco,
Augusto Boal no metrô,
um texto urgente e atual,
que não pode ficar escondido.
E pensei, que também não seja esquecido,
todo mundo precisa do Boal e do Teatro do Oprimido!

23 de setembro de 2018

 

O pássaro sobrevoa
o rio sem peixe,
como se ele
tivesse
um peixe
em mãos.


 23 de setembro de 2018

 

Não é de todo mal
um mal-entendido
a ocasião
tem um remédio
de gosto amargo
e difícil
de tomar.
O que não era por escrito
torna-se vício
de linguagem
difícil de largar,

então volta-se ao início
onde o destino
diz:
viver isso também é preciso.

23 de setembro de 2018

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Eu não acredito

no amor,
mas ele acredita
em mim,
então eu falo
dele.

21 de setembro de 2018

 


Criança,
olhava o teto da sala
durante a aula.
Já procurava poesia.
19 de setembro de 2021

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

 

Um dia e apenas o que se pode

ter com alguém.
Manhã azul em nuvem
que não se repete.
Tarde chuvosa,
em gotas que não se repetem.
Uma noite e apenas
uma Lua e estrelas
que não se repetem,
numa noite
em que ninguém
se deita,
pois nem
todo amor
precisa de sexo.
16 de setembro de 2018


Amor que já foi amado
quando amado
por outro amor
é aceito de bom grado.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021


o grilo só canta
se ninguém tá olhando.
(aconteceu agora)


13 de setmbro de 2021, postado no meu facebook

domingo, 12 de setembro de 2021



O beijo a temperatura
tem que ser agradável,
porque tem beijo gelado,
e aí não tem clima que resista.
E beijo cuja química não combina,
a saliva não gosta do gosto.
Bom mesmo é o beijo potável,
água que se mistura
em milagre
ao virar vinho.

sábado, 11 de setembro de 2021

 

Com o barulho
cigarra emudeceu,
verão chegou antes.
11 de setembro de 2020

 Saudade do Centro,

a cidade dentro,
o povo por fora.
11 de setembro de 2020
Curtir
Comentar
Compartilhar

A saudade

do azul da rua
no céu das pessoas.

11 de setembro de 2018

Afinidades

Fui almoçar em Pinheiros e sentei perto da televisão e por conta do noticiário, sentei ao lado de um senhor libanês muito falante e simpático, que explicava que no Líbano as coisas não eram como aqui. Conversamos bastante, rimos, foi bem divertido, aí nos despedindo seguiu o último diálogo:

"Você almoça aqui sempre?"
"Só quando preciso, se o senhor quiser, da próxima vez passo no seu serviço e te chamo pra almoçar!"
"Mas eu tenho namorada."
"Quantos anos o senhor tem?"
"70".
"E ela?"
"50."
"Vê, temos o mesmo gosto, eu também namoro gente mais nova do que eu!"
11 de setembro de 2018

terça-feira, 7 de setembro de 2021

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Minha escrita

tem as
ancas largas,
as coxas roliças,
e uma dobradura
na barriga.
Tem pouco peito,
mas muita coragem.
Leva a cabeça nas mãos,
os olhos no céu,
por isso às vezes tropeça.

6 de setembro de 2018

domingo, 5 de setembro de 2021

Deixei flores na tua janela,

é quase primavera!

5 de setembro de 2018

Rolou, caiu no meio do peito, e ficou, a outra parte caiu no chão, e lá fui eu na calçada. Vi foto, estilhaço de vidro, bitucas de cigarro, pedrinhas, água parada, e nada. Pedaço de osso, meu pescoço, a mão no queixo, os olhos na calçada, buzinas, pés passando, sonhei que tinha perdido e perdi a tarraxa do brinco. Consegui ouvir a cidade, os sinos do Mosteiro de São Bento, as notas da canção, as purpurinas e lantejoulas da 25 de março que cobriram o pedacinho de ouro que eu deixei em São Paulo hoje. Salvei o brinco de pérola no sutiã. Até amanhã, te espero no meu coração, até logo, Paulo, onde todos são.

3 de setembro de 2015, postado no meu facebook

quinta-feira, 2 de setembro de 2021