sinto sua falta
no pouco
no nada
quase invento palavra.
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
Afinidades
Fui almoçar em Pinheiros e sentei perto da televisão e por conta do noticiário, sentei ao lado de um senhor libanês muito falante e simpático, que explicava que no Líbano as coisas não eram como aqui. Conversamos bastante, rimos, foi bem divertido, aí nos despedindo seguiu o último diálogo:
Rolou, caiu no meio do peito, e ficou, a outra parte caiu no chão, e lá fui eu na calçada. Vi foto, estilhaço de vidro, bitucas de cigarro, pedrinhas, água parada, e nada. Pedaço de osso, meu pescoço, a mão no queixo, os olhos na calçada, buzinas, pés passando, sonhei que tinha perdido e perdi a tarraxa do brinco. Consegui ouvir a cidade, os sinos do Mosteiro de São Bento, as notas da canção, as purpurinas e lantejoulas da 25 de março que cobriram o pedacinho de ouro que eu deixei em São Paulo hoje. Salvei o brinco de pérola no sutiã. Até amanhã, te espero no meu coração, até logo, Paulo, onde todos são.