sábado, 31 de julho de 2021

Deus te guarde

num lugar fácil de achar.
O mundo é covarde,
você pode ir embora mais cedo
e eu mais tarde,
assim não vai dar.


As semelhanças

Na minha cidade

tinha uma casa de moças
chamada Cai n'água,
que ficava junto a represa.
Um dia um rapaz me disse
que eu parecia com uma moça
que trabalhava lá.
Parecida comigo,
fiquei curiosa com a semelhança.
Uma noite a tal moça
apareceu no bar que eu frequentava,
e logo percebi quem era
por causa do desenho do rosto.
Entendi o elogio e fui conversar com ela.
E quem disse que eu me parecia casou com a tal sereia.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

quinta-feira, 29 de julho de 2021

É ousadia

pedir mais um dia?
E mais outro, e outro e outro?
Até perder as contas
e pensar mais um pouco.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Sou social mas

caio na rede como
um peixe
com asas.
Tenho dificuldade
pra nadar,
acredito em palavra
mais que tudo,
em amizade
mais que nada.
Ainda me assusto
com os seres estranhos que uma parte
das pessoas vestem quando estão aqui dentro.
Eu te conheço lá fora,
aqui não reconheço.

28 de julho de 2018, postado no meu Facebook

Não tenho

um quadro caro,
mas tenho o céu
pra olhar.
E a moldura carrego comigo.

28 de julho de 2017, postado no meu facebook

A sombra no muro

e logo acima uma roseira,
a rosa vermelha enfeitou a cabeça.

domingo, 25 de julho de 2021

Cortei os cabelos

com uma tesoura cega
e aceitei seu desenho.
Encurtei o necessário,
sem as pontas no itinerário
os ombros apareceram.
Guardei a tesoura,
sem amolar.

Na pandemia,
a minha relíquia.

Eu cantava,

parei de cantar
ficou a palavra.
A palavra falou
comigo.
Ficamos eu e a palavra,
entre nós um texto infinito.
Vai ficar tudo escrito
num livro.

25 de julho de 2018, postado no meu facebook

quinta-feira, 22 de julho de 2021

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Não sei qual o espanto
se o riso tem seu canto.

postado 21 de julho de 2018 no facebook

sábado, 17 de julho de 2021

Os sonhos não são mais dormidos, acorda que você está no céu.


Postado dia 17 de julho de 2018, no meu facebook

Para o amor que virá

eu tenho planos de voo.
Se disser
Vem,
Eu vou.

Postado dia 17 de julho de 2019 no meu facebook

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Chorar por amor

podia ser apenas um dia.
Apenas por um dia
podia ser amor.

Hoje acordei com saudade

do Centro,
sobretudo da Líbero Badaró
e da São Bento.
Saudade dos amigos
que fiz.
Muitos nem andam mais por lá.
Às vezes vou pra matar a saudade
que sinto deles
que se espalharam
em outros itinerários.
Eram amigos do trajeto,
a cidade e as ruas
nosso cenário predileto.

Feito em 16 de julho de 2019, no meu facebook

Gosto das amizades

mais do que os amores.
Amizades são trevos de três folhas.

feito em 16 de julho de 2019, no meu facebook

Me acostumo a sua boca,

mais do que as palavras,
porque as palavras cansam
os dias,
e a boca muda
poesia.

terça-feira, 13 de julho de 2021

sábado, 10 de julho de 2021

O frio é bom pra casaco,

gorro e leite quente.
Frio não gosta de gente.

postado dia 10 de julho de 2020, no meu facebook

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Lição da escola: o que não se conhece,

não se reconhece, se esquece.


postado em 8 de julho de 2013, no meu facebook

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Um ponto de fuga é um encontro no espaço.

postado no meu facebook, em 7 de julho de 2015

Que você tenha a delicadeza

de um gato sobre a mesa.

postado no meu facebook, em 7 de julho de 2016

terça-feira, 6 de julho de 2021

Sem cobertor de orelha,

dorme de meia.


publicado no meu facebook em 6 de julho de 2021

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Eu posso dizer que vamos voltar,

porque você não está aqui a ler.
Vai ser surpresa quando acontecer
e isto escrito num papel,
falando de mim e você.

Um tronco sem raízes,

braços sem galhos e folhagens,

mas se enfrentarmos a vida como as árvores,

seremos felizes.


postado em 5 de julho de 2013, no meu facebook



A vergonha que faz acordar, é melhor do que se sonha.



Postado em 5 de julho de 2013, no meu facebook.

O rapaz, me olhou como se me conhecesse. Entrou no vagão, sentou e disfarçadamente abriu a sanfona e toca o tema da Amélie Poulain. Solitário como a cidade. Agora sei que era aquele olhar de criança que vai aprontar uma música. De repente a sanfona gagueja, parece que inventa canção. Não quer moeda. Quer colocar a música que falta e volta para o tema de Amélie. Entra um garoto pedinte. É uma criança. O garoto sai, o olhar de fuga, de quem está no palco e finge enxergar todo mundo. As moedas nem aparecem, a música fica, o sorriso não sai. Ao deixar o vagão vejo o sanfoneiro me espreitando, começa o show. Desconfiava que escrevia sobre ele. Acertou.


postado em 5 de julho de 2019, no meu facebook

 Ao acordar sentiu um aperto no pulmão.

Percebeu que tem sido frequente. O coração não aperta mais sozinho.

O medo passou pros vizinhos.

5 de julho de 2020, postado no meu facebook

domingo, 4 de julho de 2021

Escolhi uma música

pra te esquecer.

Qual,
você nunca vai saber.

A moça foi ao encontro do moço.

Num dado momento, quando o rapaz ia fumar,
ela disse que não gostava de cigarro.
O moço foi embora indignado.
A moça gritou ao longe:
"Eu gosto de você,
não do cigarro!"
O moço nem ouviu,
dando a partida do carro.
4 de julho de 2018 postado no meu facebook

sábado, 3 de julho de 2021

Sobre o amor,

tudo já foi dito,
eu só repito:
Amor.

postado no meu facebook dia 3 de julho de 2018

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Talvez a ausência

fale mais que
a presença.

postado dia 2 de julho de 2019 no meu facebook

Sublimado:

amar
quem não pode
ser amado.

postado no facebook em 2 de julho de 2019

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Ainda não somos muitos, se fôssemos muitos, não estaríamos sofrendo tanto.

O fio da navalha corta,

o fio do cabelo cai,
o fio do telefone liga,
Tudo por um fio que alinha.


postado no meu facebook em 1 de julho de 2015

Acho bonito quem grifa livros,

mas se passa pra frente
o pensamento é induzido.
Livro grifado não passo pra frente,
fica comigo.

postado dia 1 de julho de 2019 no meu facebook

Quem não quer amar

fala da boca pra fora,
num lugar onde
não está o coração.
Mas é de amor que eu digo,
não é paixão.
O povo mistura
tudo e dá confusão.

postado no meu facebook no dia 1 de julho de 2019

Uma bota de montaria estava sem serventia, parada num bazar da pechincha na Liberdade. Uma mulher gostou dela e levou por uma bagatela pra arrumar numa sapataria. A bota era preta mas subia até o joelho na cor de caramelo. Cortou o caramelo a bota coube nas pernas grossas. Agora cavalga nas calçadas, num refinado coturno. Punk com a fineza discreta de suas esquinas. Outro dia, um prego apareceu no solado a machucar a sola, levou no sapateiro e tirou com um instrumento que parecia de dentista. O sapateiro é o médico da dita cuja. Já avisou que é hora de olhar o solado, a mulher pisa errado e está gasto em um dos lados. Hoje a bota a salvou do coice da calçada, sem ela o tornozelo quebrava. Semana que vem é hora da recauchutagem do coturno. Uma semana sem ver a bota, a cidade vai sentir falta.


1 de julho de 2019, postado no meu facebook

Queria

oferecer meu colo
esquecer o abraço.
Deixaria
alguém dormir
e esquecer-se no tempo
e no espaço.
Deixaria
com seus sonhos
Nada mais nesse mundo.

postado em 1 de julho de 2020, no meu facebook

Me pediu pra não fazer mais poema pra ele.

Este é o último.
Chama saudade.

1 de julho de 2020, postado no meu facebook