Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
quarta-feira, 28 de junho de 2017
domingo, 25 de junho de 2017
quarta-feira, 21 de junho de 2017
O livro é aberto na mesa, as folhas dividem ao meio e se equilibram flutuando até pousar na capa. Pela fresta do livro, sai a mulher com uma revista nas mãos. Pedem gibis os que não alcançam as estantes. Um menino pega, corre e tropeça em seu chinelo. Ao cair é socorrido pela atendente. Numa mesa, o morador de rua consegue matar piolhos na página do livro que ele nunca leva. Idosos discutem política quase rasgando o jornal de empréstimo e são lembrados do barulho. A moça que estuda para concurso espera seu amigo pra aprender matemática. O poeta rascunha versos em papel de pão e coloca nos livros achando que ninguém está vendo. A menina que já leu todos os livros da Clarice, agora lê Cervantes, vem renovar o empréstimo. O funcionário da prefeitura, com o livro atrasado, reclama para bibliotecária seus dias mais que imperfeitos. O casal atrás da estante irrita a todos com o estalar e gemidos de seus beijos.
O livro que se fecha na mesa, alguém o leva certo de ser um de seus protagonistas.
Para a Biblioteca do Sesc Carmo, que me trouxe os personagens deste texto.
O livro que se fecha na mesa, alguém o leva certo de ser um de seus protagonistas.
Para a Biblioteca do Sesc Carmo, que me trouxe os personagens deste texto.
sábado, 10 de junho de 2017
sexta-feira, 9 de junho de 2017
segunda-feira, 5 de junho de 2017
não compreendo as mensagens que ficam sem resposta, sem sinal de leitura, mudas.
uma importância
absurda, compreensível
em letras tão pequenas que necessitam uma lupa.
dou-me importância
porque me deram,
mas devolvo e acordo
que isso não importa,
damos o lugar que queremos,
e não é permitido nos tomarmos por sérios. Fiquemos com os risos.
sábado, 3 de junho de 2017
sexta-feira, 2 de junho de 2017
quinta-feira, 1 de junho de 2017
O homem de mais idade, que de meia era pouca, cor entre bege e caramelo, porte médio e sua muleta prata, a cada passada de perna dizia:"Deus está contigo!". Esta frase, uma mania falada em timbre baixo, pra se ouvir na altura do ouvido, naquele dia, foi ouvida por uma menina cinza, que de alguma coisa desistia. Ao ouvir "Deus está contigo!", ela voltou e deu um abraço forte no homem e disse: "Foi bom de ouvir, agora não vou desistir!" E o homem assustado sem entender palavra, deu uma passada na muleta e repetiu ao se despedir: "Deus está contigo!"
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