Do lado do cemitério rolava um sambão, faltava pouco pra fechar, faxineiras limpavam as lápides, lixeiros recolhiam o que deixaram pelo caminho. O chuvisco exigiu que eu abrisse minha sombrinha. Ao olhar pro chão ouvi os pássaros se misturando com o samba, levantei a sombrinha e dei de cara com elas:
Não quero velas
nem
vaso de flores
no meu túmulo,
quero roseiras,
que enfrentam o vento e a chuva,
com as que vi hoje no finados.
E se não tiver túmulo,
quero as roseiras.
Poesia, textos e todas expressões que surgirem para partilhar, sempre depois que a Lua me tocar.
sábado, 3 de novembro de 2018
quinta-feira, 19 de julho de 2018
As duas notas iniciais desta canção é a mesma que você ouve na campainha na maioria dos restaurantes de shopping, Chovendo na Roseira do Tom Jobim:
"O-lha..." Fiquei cantando pra minha sobrinha na tentativa dela esquecer Vai malandra que ela me ouviu cantando outro dia. Não deu certo, Anita.
"O-lha..." Fiquei cantando pra minha sobrinha na tentativa dela esquecer Vai malandra que ela me ouviu cantando outro dia. Não deu certo, Anita.
https://www.youtube.com/watch?v=cuMJuufP5Tk&feature=share
segunda-feira, 9 de julho de 2018
Figura (conto)
Disseram que ele não era quem ele era. Ao ouvir isso foi ficando triste, desbotado e cinza, até desaparecer dentro do livro. Até que um dia abriram o livro e apontaram para a página em branco e começaram a contar o que toda gente sabia. A figura surgiu cinza, abriu um monte de cores, ficou alegre, tomou forma, e pulou do livro, Caiu em cima de mim, pediu desculpas e contou essa história.
quarta-feira, 27 de junho de 2018
Escrevo poesia,
todo dia,
como se a palavra
soubesse a que se destina.
Juntas brincamos de palavras cruzadas,
forca, e stop.
Às vezes sai coisa séria
que vale a pena.
Gosto de brincar com elas
que se exibem para serem lidas.
Escrevo poesia todo dia
como quem se exercita numa academia de letras,
mesmo que nunca me sente lá.
Escrevo palavras sentidas
por você que lê, quem de fato viabiliza a lira.
todo dia,
como se a palavra
soubesse a que se destina.
Juntas brincamos de palavras cruzadas,
forca, e stop.
Às vezes sai coisa séria
que vale a pena.
Gosto de brincar com elas
que se exibem para serem lidas.
Escrevo poesia todo dia
como quem se exercita numa academia de letras,
mesmo que nunca me sente lá.
Escrevo palavras sentidas
por você que lê, quem de fato viabiliza a lira.
terça-feira, 19 de junho de 2018
Lá vai um homem que carrega
um enorme bouquet de
rosas.
Ele se esconde atrás
dele.
Um pedaço dos olhos, uma
ponta de sorriso.
É tão grande ,
que arrasta no chão
varrendo a calçada.
As mãos firmes, suadas
que seguram,
abrem o caminho mas são
as rosas
que pedem licença.
Ele foi atrás dela.
Um homem pequeno
diante do amor de uma
mulher.
(Em 19 de abril de 2018)
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