terça-feira, 18 de março de 2014

Dona Justina

Dona Justina, era sabido no bairro que daria trabalho com o tempo.
O confessionário da rua, a Padaria da esquina, tudo se sabia no atendimento.
Quando pegava o pão desabafava, tinha empregada e motorista,
mas queria passear com a bengala e ia.
A Tereza, a empregada há mais de 10 anos da casa, morava no extremo
da zona leste da cidade e pediu para dormir no trabalho, que
era na ala nobre da zona sul. Dona Justina desconfiada das ideias e
sob influência da parentela, chamou para conversa,
que morar ali não daria. E Tereza foi embora, pela frieza que não entendia. 

O atendente da padaria, Seu Clemente, que tudo sabia, 
lamentou seu desatino.
A empregada, que era mais do que sua servente, 

e muito lhe estimava a companhia, temia pela patroa. 
Poucos dias após a dispensa da Tereza, a despensa
foi esvaziada, a cortina cerrada e a casa fechada.

Dona Justina foi morar num condomínio fechado,
muito bem localizado, longe da padaria, 

onde a vizinhança comentava a ausência de Dona Justina
que agora morava sozinha num asilo.


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