quinta-feira, 16 de junho de 2022

Minha vó tinha

uma cadeira de varanda
pra ver a rua, revezava com meu avô.
Galegos de um povoado,
campesinos,
aqui moravam
numa avenida movimentada.
Criança não ousava sentar naquela cadeira,
por respeito, pois não havia proibição.
Eu ficava na janela da sala, atrás da cortina pra olhar quem passava na outra calçada
usando a imaginação.
Treino para o que veria
sentada no trem que corta
em paralelo a mesma avenida,
para depois olhar casas parecidas
onde avós sentavam na varanda
esquecendo da cidade de onde vinham.

10 de junho de 2022

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